Um pedacinho da minha alma...

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Entrelinhas


Sofrer com o peso de nunca ter sonhado, de não ter vivido, amado ou se machucado.
A vida escorre pelas entrelinhas, ganhar também trás perdas, viver ter suas mortes, como diria uma canção.
Carregar o que não foi dito, ficar de cara com o que se afirma a cada momento, sentir o impensado pressionando os olhos.

A melodia mais forte e intensa que existir, não uma vida dedilhada. Sentir a dor que as pedras provocam em meus pés e não apenas caminhar. Ter o destino certo, independente do caminho a escolher.
Viver por viver não cabe, é preciso arriscar pela felicidade.
Não a felicidade conhecida, cada um sabe o que faz brotar dentro de si.

Esquecer o que magoou, perdoar o que restou, conquistar o que se aprendeu e amar o que está por vir.
Virar as páginas sem medo de encontrar o próximo capítulo, o poder de passar as folhas, apenas folhear. Voltar ao início para doer a saudade, mas nunca chegar diretamente ao final, as palavras perdem o sentido quando são lidas separadamente.

Ler com calma, reler, escrever um novo final....tudo pode quando a alma pede.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Paciência

Eu tento exercitar minha paciência, mas em alguns dias tenho vontade de deixar ela de lado e dar uns bons gritos por ai.
Poxa, será que as pessoas não percebem que está tudo errado?
Pelo menos essa é a sensação que tenho, que o mundo está de ponta cabeça e ai de você se andar normalmente, o normal hoje é visto como inaceitável.
As poucas pessoas sensatas no mundo estão sendo afetadas diariamente, são machucadas, enganadas, feitas de bobas e logicamente se sente no direito de não acreditar mais em nada.
Promessas são usadas como se troca de roupa, juramentos são feitos da boca pra fora, mentiras são algo tão normal que tem gente que mente, sabe que mente e ainda se defende.
Não me julgo santa, muito menos perfeita, mas tento evoluir diariamente para não me igualar ao que mais vejo por ai.
Você se resguarda, cria uma carapaça inatingível para que ninguém ultrapasse, assim ninguém te fará mau. Isso é bom por um lado, mas é bem ruim por outro. Porque se você ganha um presente, sente tanto medo de abri-lo que deixa passar, fica ali só observando e admirando o embrulho, mas prefere passar a vida imaginando o conteúdo dele, do que realmente se arriscar a abri-lo.
Isso acontece muito com as pessoas que mais se protegem, eu sou uma delas, ou pelo menos era até um tempinho atrás.
Digo isso porque senti na pele o lado ruim de ser assim, imagina só o que acontece quando você encontra uma pessoa maravilhosa, que certamente foi muito machucada e obviamente tem todas as barreiras existentes para não se envolver. Alguém que não acredita em nada, nas pessoas, nas palavras, nas promessas, alguém que perdeu completamente a esperança no outro.
A vida é engraçada, quando não estamos nem ai para alguém, esse alguém faz de tudo para nos provar uma série de coisas. Quando estamos de coração aberto, prontos para entregar a essência que ainda vive aqui dentro, a pessoa está tão descrente que de nada adianta falar, provar ou tentar faze-la enxergar.
Na realidade eu não acredito em "fazer o outro ver" quem realmente somos, nunca tentei e sei que nunca irei tentar. É questão de sensibilidade, de "tocar", de se deixar tocar.
Mais é isso ai, os seres humanos estão conseguindo alterar todos os caminhos da vida, está tudo errado e vai continuar errado até que a vergonha de andar com os pés no chão seja cortada pela raiz.
Se os outros querem continuar andando de cabeça para baixo, deixe!
Mas não tenha vergonha de ser quem verdadeiramente é, não é porque se sente sozinho e diferente, que deve se igualar a maioria. Não é porque te deram uma apunhalada que deverá esquecer e duvidar de quem se é, do que se quer, do que espera do mundo.
Sempre existirá alguém semelhante, digo isso de boca cheia, porque encontrei poucas, mas grandes pessoas que certamente caminharão comigo lado a lado.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

O som do pensamento

Eu tento bloquear alguns pensamentos da minha mente, mas quando acho que consegui eles surgem mais uma vez, como se existissem milhares de micro esferas vazadas, e de cada uma eles escorressem como água.
A sensação que tenho é de que meus dedos não dão conta de tapar cada buraco, e o dedilhar de cada tentativa me lembra uma sinfonia, como uma flauta gigante, onde cada lugar em que meus dedos encostam um novo som surge.
Sons desconhecidos, mas ao mesmo tempo familiares. Timbres diferentes, marcantes ou quase imperceptíveis. De uma hora para outra uma melodia se forma e não consigo prestar atenção em mais nada, estou hipnotizada novamente.
Mais uma vez ela me enganou, a melodia nada mais é do que a junção de todos os pensamentos que tento evitar, a água se transformou em ar e a simples tentativa de obstruir sua passagem gera um novo ruído.
Tento mais uma vez, desocupo minha mente de qualquer indício sonoro. Consigo alguns segundos de silêncio, mas quando menos espero o som se transforma em luz, pequenos, grandes e médios feixes de luz. Cada esfera produz uma cor diferente e por mais que eu tente, não consigo fazer as luzes pararem.
Parece uma dança luminosa, a sinfonia silenciosa permanece por algum tempo, eu abro os olhos e ainda consigo ver claramente cada orifício da minha mente, ora azul, ora lilás, amarelo, verde, roxo, são tantas as cores, um arco íris de pensamentos.
Pinto tudo de branco na falsa esperança de que vou conseguir controlar minha imaginação. Consegui, por mais 5 segundos é claro. Agora pequenos pontos pretos aparecem e desaparecem, minha parede branca está novamente cheia de pequenos buracos. Chego mais perto, olho atentamente dentro de cada um, vejo imagens diversas, são eles novamente, meus pensamentos.
Desisto.
Deixo meus olhos pesarem, meu corpo achar uma posição e me rendo. Me rendo a cada pensamento incessante, sem perceber adormeço em meio a eles, cansada e exausta de conte-los.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Alienação

Hoje estava fazendo uma pesquisa sobre “Alienação”, não sei bem porque esse tema me veio a cabeça, apenas digitei no Google e comecei a ler algumas matérias.
Levei um susto quando descobri uma síndrome denominada como SAP, síndrome da alienação parental. Antigamente essas coisas não possuíam nomes, não existiam livros para explicar, psicólogos eram artigo de luxo quando se tratava de problemas, principalmente em crianças.


Crianças, quando vítimas de SAP são mais propensas a:

• Apresentar distúrbios psicológicos como depressão, ansiedade e pânico.
• Utilizar drogas e álcool como forma de aliviar a dor e culpa da alienação.
• Cometer suicídio.
• Apresentar baixa auto-estima.
• Não conseguir uma relação estável, quando adultas.
• Possuir problemas de gênero, em função da desqualificação do genitor atacado.


Nunca senti necessidade de freqüentar um psicólogo, mas cada caso é um caso, algumas pessoas se deixam afetar verdadeiramente, tanto que começam a ter sua vida inteira modificada por uma coisa do passado.
Quando conheço uma pessoa, procuro buscar sempre sua essência, quero conhecer seu crescimento como pessoa, tenho curiosidade pelo passado, porque por ele, muitas vezes consigo uma maior compreensão para com o hoje.
Claro que tudo tem sua exceção, eu posso lidar com um problema muito bem, mas o mesmo problema pode afetar irreparavelmente a vida de um outro alguém. Assim como um problema menor a vista de alguém, pode ser um buraco gigante para mim, e assim por diante.

Das reações descritas a cima, duas chamaram minha atenção, uma é a questão da ansiedade e outra é não conseguir uma relação estável quando adultas.

Muitas crianças sofrem traumas profundos ao termino da relação dos pais, na verdade não é o termino em si, mas sim o processo que ele envolve. Agressões, maus tratos, a não aceitação, a punição, a falta de respeito e a maior delas, a falta de amor.
Quando busco na memória, consigo resgatar diversas situações que remetem ao que sinto hoje em determinadas ocasiões, são algumas cicatrizes que antes pensei não ter, mas quando paramos para nos analisar, muita coisa passa a fazer sentido.
Uma observação válida é que o outro, ou as pessoas que estão ao seu lado, não são obrigadas a fazer esse tipo de leitura, ou ter esse entendimento profundo pelo seu eu. Por isso tente sempre ser claro e sincero consigo, não afaste o outro por medo de ser invadido, ou por qualquer outro motivo que um dia fez marcas em seu coração.
Você tem o poder de modificar tudo a sua volta, e só você é capaz de trazer a felicidade de volta a sua vida, ou melhor, só você pode decidir entre sofrer ou ser feliz, afinal, tudo é questão de aprendizado e entendimento.

Hoje sei que somos diferentes, vivemos, sentimos e encaramos as coisas de formas distintas. Não generalizo sentimentos e atitudes, primeiro eu conheço, depois eu sinto e finalmente acredito. Vejo tudo com mais amor, e finalmente, entendi que nem todo mundo quer deixar uma “marca” ruim em você.
Passado é passado, eu quero meu futuro cheio de coisas boas, e hoje é por isso que luto.