Um pedacinho da minha alma...

segunda-feira, 11 de julho de 2011

O som do pensamento

Eu tento bloquear alguns pensamentos da minha mente, mas quando acho que consegui eles surgem mais uma vez, como se existissem milhares de micro esferas vazadas, e de cada uma eles escorressem como água.
A sensação que tenho é de que meus dedos não dão conta de tapar cada buraco, e o dedilhar de cada tentativa me lembra uma sinfonia, como uma flauta gigante, onde cada lugar em que meus dedos encostam um novo som surge.
Sons desconhecidos, mas ao mesmo tempo familiares. Timbres diferentes, marcantes ou quase imperceptíveis. De uma hora para outra uma melodia se forma e não consigo prestar atenção em mais nada, estou hipnotizada novamente.
Mais uma vez ela me enganou, a melodia nada mais é do que a junção de todos os pensamentos que tento evitar, a água se transformou em ar e a simples tentativa de obstruir sua passagem gera um novo ruído.
Tento mais uma vez, desocupo minha mente de qualquer indício sonoro. Consigo alguns segundos de silêncio, mas quando menos espero o som se transforma em luz, pequenos, grandes e médios feixes de luz. Cada esfera produz uma cor diferente e por mais que eu tente, não consigo fazer as luzes pararem.
Parece uma dança luminosa, a sinfonia silenciosa permanece por algum tempo, eu abro os olhos e ainda consigo ver claramente cada orifício da minha mente, ora azul, ora lilás, amarelo, verde, roxo, são tantas as cores, um arco íris de pensamentos.
Pinto tudo de branco na falsa esperança de que vou conseguir controlar minha imaginação. Consegui, por mais 5 segundos é claro. Agora pequenos pontos pretos aparecem e desaparecem, minha parede branca está novamente cheia de pequenos buracos. Chego mais perto, olho atentamente dentro de cada um, vejo imagens diversas, são eles novamente, meus pensamentos.
Desisto.
Deixo meus olhos pesarem, meu corpo achar uma posição e me rendo. Me rendo a cada pensamento incessante, sem perceber adormeço em meio a eles, cansada e exausta de conte-los.

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