Um pedacinho da minha alma...

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Cada erro, um acerto.

"Nem sempre acertamos de primeira quando tentamos algo novo, não deveríamos esquecer disso, afinal, quem conseguiu amarrar os sapatos na primeira tentativa?, quem conseguiu assobiar ou soltar a primeira bolha de sabão com um só sopro?. Não conheço quem tenha começado a andar de bicicleta sem rodinhas na primeira pedalada, quem tenha dito a primeira palavra corretamente ou quem tenha acertado de cara a primeira equação matemática.
Estendendo isso para a vida fica muito mais fácil transformar decepções em aprendizado, ninguém nasce sabendo, claro que existem exceções, há sempre quem tenha acertado algo de primeira, sorte ou aptidão?
Hoje consigo agradecer por cada erro que cometi, e até mesmo os que cometeram comigo, pelo menos sobram menos opções para os caminhos certos, pois a maioria dos errados eu já trilhei. Tenho uma noção boa do que eu quero para a minha vida, mas tenho a certeza absoluta do que eu não quero.
Levo comigo mais uma frase significativa: Cada erro, um acerto."

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

O amor

Provar-se a si mesmo já é algo bem difícil, provar-se para o outro se torna cansativo e maçante. Devemos isso a nós seres humanos, que passamos a usar o amor para machucar o outro, abrir feridas profundas que muitas vezes são impossíveis de cicatrizar.
O amor foi feito para ser usado como defesa, como solução e não como uma arma destrutiva.
Eu acredito que o amor cure, mas como fazer isso se a cada dia mais ele é visto como uma ameaça?
As pessoas perderam a noção do que é verdadeiro, uns usam os outros, criam um "falso amor" que dilacera, a mentira é tão real que os próprios protagonistas acreditam fielmente.
Ilusão.
Personagens, cenários, situações, cenas, todas mentirosas e muito convincentes. Não se esqueça que existem dois tipos de aplausos, os de admiração e o simples "bater palmas". Muitas vezes o silêncio é mais verdadeiro e construtivo.
Quem é quem?
Essa é a questão do momento, não deveria, mas como não duvidar do outro se a maioria não consegue ter controle sobre si mesmo?
A partir do momento que você traça metas, usa a força de vontade como aliada, passa por cima do seu próprio sentimento para não machucar o outro, abre mão da sua felicidade pela do outro, ai sim você começa a ter idéia do que é amar.
Mas como amar uma pessoa que perdeu completamente a confiança no outro?
Chega a ser hilário fazer essa pergunta, porque há alguns meses atrás eu me encontrava nessa mesma posição.
Não sei a resposta certa, não existem fórmulas quando falamos do amor, eu só sei que vou continuar acreditando que ele é o único que pode curar.

Eu me curei, quando aprendi a me amar.

A imensidão

Vejo uma tela pintada em tons escuros, um azul quase negro, de uma perfeição quase indescritível. Existem pequenos furos nesse tecido plano, uns maiores do que os outros, cada com sua intensidade luminosa, como quando a luz encontra um pequeno espaço para a fuga, e com toda sua força tenta invadir e ultrapassar aquela pequena extremidade.
Quando foco um ponto cego no horizonte começo a perceber que existem pequenos fios brilhantes, quase imperceptíveis a olho nu, eles se desprendem do pequenos furos feitos na imensidão negra. Ergo a cabeça e contemplo o que parecem linhas ligando o céu e a terra, quase como se estivessem sido costurados. A sensação é como se eu estivesse no meio de um grande tecido escuro e dobrado.
A noite não é mais tão ameaçadora quando o silêncio passa a se transformar em uma música oscilante, sem notas, sem regras, apenas a voz do universo se aprofundando nos ouvidos. Eu me deito e simplesmente deixo com que sua música faça parte de mim.
Me sinto como num berço, com movimentos irregulares, mas confortantes. Consigo ouvir tudo o que vem de longe, uma sinfonia mágica, a única coisa que me desperta é o barulho úmido da madeira rangendo sob meu corpo.
O ritmo das ondas adormece meus pensamentos, é como se aquele céu estrelado fosse a extensão da minha mente e agora de fora eu pudesse observar cada momento separadamente, sem a junção de acontecimentos e sem a interferência que alguns sentimentos provocam. Como se cada ponto luminoso no céu fosse um momento da minha vida.
Claramente vejo uns se ligando aos outros, os pontinhos menores são as lembranças mais antigas, alguns deles começam a traçar uma linha dourada, ligando-se a alguns momentos mais recentes, mais brilhantes. Os fios dourados se multiplicam rapidamente, quase não consigo acompanhar, como se todas as respostas viessem a tona, respostas de perguntas que nem mesmo eu pensei em um dia fazer.
Desfocando o olhar eu começo a desvendar uma forma, são os fios dourados, todos os ligamentos feitos por ele se tornam mais nítidos. É lindo, mesmo com alguns pontos faltando. Como se fosse um daqueles desenhos que fazemos quando criança, onde ligamos os pontos, um a um, para que no final ele se transforme em uma figura delicada, e com lápis de cor possamos colori-los a nossa maneira.
Neste acaso ainda faltam alguns pontos, mas mesmo assim consigo enxergar o que está se formando. Meu rosto, um pouco diferente do que estou acostumada, em tons de dourado e o fundo negro que aquele céu desenhou.
Os traços que faltam logo serão preenchidos, quem sabe quando mais alguns acontecimentos me trouxerem respostas, um a um, me transformando no que realmente serei.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Seis anos.

O dia está exatamente igual há 6 anos atrás, ensolarado, não existe uma só nuvem no céu azul, e o vento gelado corta o calor que o sol provoca na pele.
As lembranças começam a surgir ao abrir a janela, ao entrar no carro e automaticamente ouvir a mesma rádio, nada mudou, a saudade não passa. A coisa mais difícil que aprendi foi transformar o sentimento egoísta da saudade em amor, eu digo egoísta porque é sempre aquele que fica que sente falta, que se descabela e se revolta, eu não. Alguns dizem que é frieza, eu digo que é amor. O amor não acaba, na verdade ele se fortalece, quer prova maior do que a distância de um tempo incalculável?
É engraçado, eu sinto falta de tudo o que me deixava próxima, assistir televisão deitada nas suas pernas, acordar cedo no sábado para pintar seu cabelo, ajudar a preparar o almoço, fazer supermercado, ouvir o barulho do secador logo cedo, te maquiar para um evento e ver seus dedos deslizando sobre cada tecla do piano.
São tantas lembranças, ainda bem que meu coração é cheio delas, eu tive a sorte de ter minha melhor amiga do meu lado desde que nasci, isso não tem preço.
Vivemos coisas que ninguém imagina, passamos juntas por dificuldades, e essa é a diferença. Estávamos sempre juntas, uma dando apoio para a outra, eu não poderia ter escolhido uma mãe mais maravilhosa nesse mundo inteiro.
Seu caráter sempre foi incontestável, foi assim que aprendi que não importa o que fazem com você, o importante é o que você faz para os outros. Se eu pudesse escolher apenas uma qualidade sua, eu escolheria o seu amor incondicional pelo mundo, a forma como tratava todas as pessoas, o olhar doce que vinha junto com palavras sempre sábias.
Acho que sinto mais falta ainda por ser a única pessoa no mundo que eu realmente conhecia, que eu realmente admirava e me espelhava. Quem te conheceu sabe do que estou falando, você sempre foi única, uma pessoa cheia de luz, com uma alegria que contrastava com os reais acontecimentos de nossas vidas. Sempre pronta a ajudar quem quer que fosse, sempre dando o mesmo amor independente da raça, da posição social ou qualquer outro motivo besta para separar as pessoas. Foi dai que tirei minha força, que aprendi a sorrir verdadeiramente, a ver o real motivo da vida, a nunca reclamar, apenas agradecer. Foi observando você que aprendi a não julgar, a estender a mão, a fazer as coisas por prazer e nunca por obrigação. Foi do seu amor que tirei satisfação de ser útil, que aprendi que juntos podemos sim mudar alguma coisa, foi com o seu sorriso que me tornei amável e que aprendi a fazer uma bondade sem gritar ao mundo, afinal não importa quem vê, o importante é sempre aquela paz gostosa que invade o coração.
Não importa quantos tapas a vida te dê, você pode não perceber, mas certamente mereceu todos eles, então pra que chorar? O melhor é agradecer a oportunidade de crescer, usar a dor como uma forma de se impulsionar para a melhor.

Foram tantas lições, tanto aprendizado, você construiu meu caráter, moldou minha índole, mudou minha vida.

Enfim, o dia de hoje me faz pensar que eu tive realmente muita sorte de ter tido você do meu lado, e ainda tenho. Sei que quando chegar a hora estaremos frente a frente, num longo abraço, onde eu apenas direi: Obrigada! Eu amo você!