Um pedacinho da minha alma...

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Seis anos.

O dia está exatamente igual há 6 anos atrás, ensolarado, não existe uma só nuvem no céu azul, e o vento gelado corta o calor que o sol provoca na pele.
As lembranças começam a surgir ao abrir a janela, ao entrar no carro e automaticamente ouvir a mesma rádio, nada mudou, a saudade não passa. A coisa mais difícil que aprendi foi transformar o sentimento egoísta da saudade em amor, eu digo egoísta porque é sempre aquele que fica que sente falta, que se descabela e se revolta, eu não. Alguns dizem que é frieza, eu digo que é amor. O amor não acaba, na verdade ele se fortalece, quer prova maior do que a distância de um tempo incalculável?
É engraçado, eu sinto falta de tudo o que me deixava próxima, assistir televisão deitada nas suas pernas, acordar cedo no sábado para pintar seu cabelo, ajudar a preparar o almoço, fazer supermercado, ouvir o barulho do secador logo cedo, te maquiar para um evento e ver seus dedos deslizando sobre cada tecla do piano.
São tantas lembranças, ainda bem que meu coração é cheio delas, eu tive a sorte de ter minha melhor amiga do meu lado desde que nasci, isso não tem preço.
Vivemos coisas que ninguém imagina, passamos juntas por dificuldades, e essa é a diferença. Estávamos sempre juntas, uma dando apoio para a outra, eu não poderia ter escolhido uma mãe mais maravilhosa nesse mundo inteiro.
Seu caráter sempre foi incontestável, foi assim que aprendi que não importa o que fazem com você, o importante é o que você faz para os outros. Se eu pudesse escolher apenas uma qualidade sua, eu escolheria o seu amor incondicional pelo mundo, a forma como tratava todas as pessoas, o olhar doce que vinha junto com palavras sempre sábias.
Acho que sinto mais falta ainda por ser a única pessoa no mundo que eu realmente conhecia, que eu realmente admirava e me espelhava. Quem te conheceu sabe do que estou falando, você sempre foi única, uma pessoa cheia de luz, com uma alegria que contrastava com os reais acontecimentos de nossas vidas. Sempre pronta a ajudar quem quer que fosse, sempre dando o mesmo amor independente da raça, da posição social ou qualquer outro motivo besta para separar as pessoas. Foi dai que tirei minha força, que aprendi a sorrir verdadeiramente, a ver o real motivo da vida, a nunca reclamar, apenas agradecer. Foi observando você que aprendi a não julgar, a estender a mão, a fazer as coisas por prazer e nunca por obrigação. Foi do seu amor que tirei satisfação de ser útil, que aprendi que juntos podemos sim mudar alguma coisa, foi com o seu sorriso que me tornei amável e que aprendi a fazer uma bondade sem gritar ao mundo, afinal não importa quem vê, o importante é sempre aquela paz gostosa que invade o coração.
Não importa quantos tapas a vida te dê, você pode não perceber, mas certamente mereceu todos eles, então pra que chorar? O melhor é agradecer a oportunidade de crescer, usar a dor como uma forma de se impulsionar para a melhor.

Foram tantas lições, tanto aprendizado, você construiu meu caráter, moldou minha índole, mudou minha vida.

Enfim, o dia de hoje me faz pensar que eu tive realmente muita sorte de ter tido você do meu lado, e ainda tenho. Sei que quando chegar a hora estaremos frente a frente, num longo abraço, onde eu apenas direi: Obrigada! Eu amo você!

2 comentários:

Rodrigo Aiosa disse...

Hj eu sei que pessoas como sua mãe são anjos que permanecem em nossas por um curto tempo mas são os ensinamentos e o amor que ficam, hj posso falar que sou uma pessoa melhor graças a ela, agradeço a Deus todos os dias por ele existir e passar na minha vida.!!!

Amanda Carbone disse...

Obrigada meu amor, fizemos parte dessa história linda, tivemos sorte, muita sorte. Um beijo!